quarta-feira, 31 de julho de 2013

Imagem de hipertireodismo "Bócio"



Excesso de iodo nutricional provoca aumento de casos de doenças na tireóide

1) Quais foram os resultados do estudo epidemiológico realizado pela USP sobre o excesso de iodo?
O estudo epidemiológico realizado pela Faculdade de Medicina da USP e a Unidade de Tireóide do Hospital das Clínicas, em 2004 e 2005, em duas áreas da Grande São Paulo – São Bernardo do Campo e área vicinal do Pólo Petroquímico de Capuava (Mauá, Capuava e Santo André) – constatou um aumento do número de casos de Tireoidite Crônica Auto-imune, conhecida também por Tireoidite de Hashimoto (TH), em função do consumo excessivo de iodo contido no sal de cozinha.

2) O que é a Tireóide de Hashimoto?
A Tireoidite de Hashimoto é uma doença auto-imune, que atinge mais as mulheres, na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireóide, levando a uma inflamação crônica que pode acarretar o aumento de seu volume (bócio) e diminuição de seu funcionamento (hipotireoidismo).

3)O que o estudo comprovou?
O estudo, financiado pela Fapesp, comprovou que 82 das 420 pessoas analisadas na Vila Paulicéia, em São Bernardo, ou seja, 19,5%, tinham Tireoidite de Hashimoto, e 64 dos 409 indivíduos examinados na área vicinal do Pólo Petroquímico de Capuava, o que equivale a 15,6%, sofriam da doença. Em 52% do total de pacientes analisados nas duas áreas, a concentração de iodo na urina ultrapassou o nível máximo recomendável de 300 microgramas de iodo por litro (mcg/L), o que comprova que o aumento de casos de Tireoidite de Hashimoto deve-se ao fato da população brasileira estar sob excesso nutricional de iodo.

Entre 1998 e 2003, os brasileiros consumiram mais iodo em decorrência de uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que aumentou a proporção de iodo no sal de 40-60 mcg/kg (microgramas por quilo) para 40-100 mcg/kg. A adição de iodo no sal é obrigatória no Brasil desde 1995.

4) Por que a carência de iodo é considerada um problema de saúde pública?
Porque pode levar a doenças como bócio e, no caso das gestantes, ocasionar o nascimento de crianças com rebaixamento mental e surdez congênita. Por outro lado, o excesso de iodo pode ter como conseqüência o aumento de casos de Tireoidite de Hashimoto e hipotireoidismo. O nível ideal de iodo no organismo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 100 a 300 mcg/L (microgramas por litro), que é medido por um exame de urina.

5)Pesquisas anteriores já haviam alertado para o problema?
Pesquisa realizada pela FMUSP, em 2001, no chamado “Projeto Thyromobil” em escolares (7 a 14 anos) de 8 Estados, já havia confirmado excesso de iodo entre a população brasileira. Na época, dos 2.086 escolares examinados, 68% tinham níveis de iodo acima de 300 microgramas de iodo por litro. E o mais grave: 10% dos analisados tinham ao redor de 1000 microgramas de iodo, um índice considerado altíssimo. O estudo foi repetido em 2003-2004, com estudantes do Estado de S. Paulo: 57% das amostras de urina analisadas tinham valores acima de 300 microgramas de iodo por litro. Esta comprovação de que a população estava consumindo excesso de iodo levou a Anvisa a rever a resolução de 1998. Em março de 2003, o órgão reduziu novamente o teor de iodo para 20-60 mg/kg de sal.

6)Por que os problemas ainda estão aparecendo em 2005?
O consumo excessivo de iodo por cinco anos é como “uma bomba de efeito retardado” – as conseqüências aparecem mais tarde. Vários estudos, em diferentes partes do mundo, apresentaram os mesmos resultados.

7) O que motivou a realização deste estudo?
O que motivou o estudo epidemiológico da FMUSP, na verdade, foi a suspeita, levantada por uma médica de Santo André, de que estaria ocorrendo um aumento de casos de Tireoidite de Hashimoto na região do Pólo Petroquímico de Capuava, devido a fatores ambientais locais (poluentes industriais). O episódio repercutiu entre autoridades ligadas ao meio ambiente, que pediram à Secretaria de Estado da Saúde para investigar o caso. Realizada pela FMUSP e Hospital das Clínicas, a pesquisa teve início em 2004. Para ter validade, o estudo teria de ser feito concomitantemente em outra área próxima, com a mesma densidade populacional (área controle), no caso a Vila Paulicéia, em São Bernardo do Campo. Em cada região, deveriam ser analisadas no mínimo 400 pessoas.

Os estudantes da Faculdade de Medicina da USP foram a campo. Examinaram aleatoriamente 409 pessoas na área do Pólo, e 420 pessoas na área controle, sendo aproximadamente 80% de mulheres e 20% de homens, divididas em 4 faixas etárias (20-31, 31-50, 51-70 e mais de 70 anos). Foram realizados cinco tipos de exames: ultra-som da tireóide, TSH, T4 Livre, anti-TPO (anticorpos anti-tireóide) e iodo na urina.

8) Como é comprovada a existência da Tiroidite de Hashimoto?
A Tireoidite de Hashimoto é comprovada a partir da conjunção dos resultados de dois exames: o anti-TPO, que analisa a presença de anticorpos contra a glândula tireóide, e a ultra-sonografia, que detecta alterações na glândula (grau 4 e 5 são indicativos de Tireoidite de Hashimoto).

Na área do Pólo Petroquímico, 64 pacientes (15,6%) apresentaram Tireoidite de Hashimoto, sendo 56 mulheres e 8 homens, enquanto na área de São Bernardo do Campo 82 (19,5%) pacientes tiveram diagnósticos confirmados de Tireoidite Crônica, sendo 74 do sexo feminino e 8, masculino. Não houve diferença significativa entre os resultados apurados nas duas áreas estudadas, descartando a suspeita de que poluentes industriais do Pólo Petroquímico seriam responsáveis pelo aumento dos casos de TH. Mas o estudo epidemiológico comprovou que a prevalência da doença é bem mais elevada do que o esperado.

Em 52% dos pacientes examinados, o nível de iodo na urina ficou acima de 300 microgramas de iodo por litro de urina, reforçando a tese de que o excesso de iodo é responsável pelo alto índice de TH na população analisada. Uma pesquisa feita com 547 pacientes normais, mas com excesso de peso, em 1995, no Hospital das Clínicas, constatara um índice de 9,4% de Tireoidite de Hashimoto, aproximadamente, a metade dos casos verificados no estudo atual.

Segundo o médico, na Dinamarca, onde o sal não tem iodo, o índice de TH na população é de 4,3%. Na Inglaterra e nos Estados Unidos, cujas populações utilizam sal iodado, a prevalência é de 9,1%. O Prof. Geraldo Medeiros também levantou a hipótese de o brasileiro estar ingerindo mais sal do que inicialmente se pensava. Há divergências quanto ao consumo médio diário de sal no Brasil. Enquanto o IBGE afirma que é de 10 g/dia, a indústria salineira diz que é de 14 a 16 g/dia.

O fato de a pesquisa comprovar um alto índice de iodo na população analisada, não invalida, porém, a grande conquista que foi o sal iodado para a saúde da população brasileira.
 

 
Autor
 
Dr. Geraldo Medeiros Neto
 
é Doutor e Livre-Docente em Endocrinologia pela FMUSP, cursou o pós-doutorado na Harvard Medical School, Mass General Hospital, USA. É Professor associado da Disciplina de Endocrinologia da USP e Chefe da Unidade de Tireóide e Laboratório de Tireóide do H
 

Raízes Aquáticas



Como o próprio nome sugere, são raízes que se desenvolvem em plantas que normalmente flutuam na água. Sua função, diferente das subterrâneas, não é de fixação, mas de absorção de água e sais minerais.

Classificação

1. Natantes:
Plantas aquáticas que flutuam livremente na água. Exemplo: aguapé (Eichhornia crassipes, Pontederiaceae).






2. Lodosas: 
     Plantas aquáticas que possuem as raízes fixas no substrato, nos pântanos e no fundo de rios e lagos. Exemplo: vitória-régia (Victoria amazônica - Nymphaeaceae). 





Quantidade de iodo no sal consumido no Brasil será reduzida

Consumo excessivo da substância pode aumentar os casos de tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que tem entre seus principais sintomas fadiga crônica, cansaço fácil e ganho de peso.

Medida que reduz os limites de iodo adicionado no sal de consumo humano no País foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, a faixa de variação do iodo no sal é de 20 a 60 miligramas (mg) por quilo (kg) de sal e, com a resolução, passará de de 15mg/kg a 45 mg/kg.
A medida foi tomada a partir de pesquisas que revelam que a população brasileira consome uma taxa de iodo maior do que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os novos valores também seguem a orientação do Ministério da Saúde, que tem acompanhado o perfil de consumo de sal no Brasil.
De acordo com a Anvisa, há indícios de que o consumo excessivo da substância possa aumentar os casos de tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que tem entre seus principais sintomas fadiga crônica, cansaço fácil e ganho de peso.
Os limites de adição de iodo no sal recomendados pela OMS ficam entre 20 mg e 40 mg para países em que a população consume uma média de 10 gramas de sal por dia. Dados do Ministério da Saúde indicam que o brasileiro consome 9,6 gramas de sal diariamente, mas o consumo total pode chegar a 12 gramas, quando levado em consideração alimentos processados e consumidos fora de casa.
A adição do iodo no sal foi adotada na década de 50 do século passado como estratégia de redução do Bócio, doença provocada pela deficiência do iodo (DDI) no organismo, que pode provocar retardo mental grave e irreversível, surdo-mudez em crianças, e anomalias congênitas. No entanto, a quantidade de adição do nutriente tem sido revista ao longo dos anos em virtude das mudanças no padrão de alimentação dos brasileiros, pois o excesso deste nutriente também traz danos à saúde.